quinta-feira, 21 de maio de 2009

Textos Portugueses - parte dois

O paladar da venda retirada

Monday, January 5th, 2009

Há paladar e certo vagar em cada acordar do sonho com preço e se este padece e adoece, no meu trepar diário de um solilóquio denso que aqui poderia ser o respeito que os trabalhadores da via férrea de Greifswald, tinham por mim e isso era sinal positivo ao que meus olhos apostam na atitude de corpo e a estima pelo respeito essa adoeceu e já não levo ninguém à paragem do autocarro, nem tenho uma amiga que morava a 150 metros de mim, conhecida em 1997, cujas únicas conversas do seu número 101 + o meu 9, davam a 11ª capicua e sendo vizinhos de passada, as únicas conversas que tivemos foram no autocarro da madrugada e aqui em Campolide, a Alexandra Parrado, no exílio em Londres nunca falou (falta de bebida?) e daí ter como variantes disso, o aldrabão John Mooney (americano racista e jornalista arrogante que troçou do doente Paulino Vieira, que tem uma psicose incurável, ambos amigos da pinga e desse fazer), quando eu sempre digo, que gosto de não fazer nada sozinho na minha conhecida máxima, ‘ o meu triunfo era trunfo que se bastava e ele e eu inimigos desta verdade, deduzíamos por ócio a ela…’, de maneira que se acercam de mim, gente que tem como carácter o seu salário e o meu amor é suave como a voz que se estende pela melodia dos Anti-Nowhere League, em ‘Woman’ e por a língua portuguesa não usar amiúde a palavra, aborrecido, é um saber que fazer com nada para além disso, daí e por imerecido recuo social em que me encontro, sabendo (enquanto trago e planeio) em meu leito, as histórias que podia contar verbalmente, quando muito do tempo disponível se esvai no sangue dos outros que é denso, mas sem um fluxo tão digno como o que senti na linha férrea de Greifswald e sentir vontade de não ser interrompido enquanto trabalho, pois perturba a minha predisposição e tenho ataques de fúria ao meu melhor amigo ou amiga e ao ignorar tudo isto, como não haver saber que ter para melhor ser em cada casa em passos pequeninos como a centopeia perto da humidade e a venda é retirada…


A minha anti-compaixão de fígado aos portugueses

Sunday, January 4th, 2009

Fantástico, o viver connosco e ir como um ás(no) volante, mortificando os insectos ao recorrer desse convívio com a natureza tão volátil, como não pensar e ficar com dor de cabeça e o universo desmente os bisbilhoteiros que tal como os povos primitivos, ambos desejam viver em paz e se nestas páginas, reside um ar que pensa e outro que é tomado consigo, o pensamento para a casa da rua, e o que urge aí, é saber do ritmo racional e passarem despercebidos em redor do arvoredo, onde as crianças pululam e estes olhos pendem intermitentes para o confronto de qualquer de nós se continuar por muito tempo, o meu desejo, e a minha anti-compaixão de fígado aos portugueses e deixar ir quem nomeia o seu jardim e faz amor com um certo tipo de ideia, daí apreciar camaleões ao sol e tomar as rédeas da coragem por auto-mimese perfeccionista, exercendo o despiste com a prática e a mescla daqui a cada olhar ido e retido, por mímica limpa desse tempo que nos pergunta, como melhor saber levantar o corpo em cada peso bruto do céu que não cai, mas dele sobeja um ilustre pânico que corporiza qualidade nas ruas, onde pisamos quem queremos e a aranha e o Yashin, sabem disso…


O eco da memória enquanto escritor em seu seguimento

Saturday, January 3rd, 2009

Mostra-me um local em seguimento pessoal deste entoar que tem muito de pirata, apesar de não cessar o arco e a flecha de Errol Flynn, em canções redentoras por onde me escrevo, emancipando-me do medo atómico e o os profetas desse jogo, como os Illuminati que tentam subjugar qualquer simpático farol que sim abre caminho à navegação pela água, onde não se pode esmurrar, pois sê como a água e diz-te que sabes de ti, estando aí, esperando no entardecer do suspiro das horas calmas e tocando quem nos cabe em ternura e o coração pede, concede o que o pólen clama e nesta verificação onde o noivado do sepulcro, dá de si e aqui, onde se combate sem cerimónia e se ‘Os Irmãos Mortalhas’, famosa banda punk dos anos 80, têm um elo giratório e a força desta rapidez que Wally o vocalista dos Toxoplasma e amigo da minha amiga Anne Klotzin coloca nas suas canções é como subir as minhas escadas 20 vezes por dia e hoje a única imagem distinta, foi no momento que sorvia a bica portuguesa e ajeitava as pernas, vi passar uma rapariga alta e temperada no seu índice de massa corporal, após olhar seu cabelo, sapatos e seu dorso, após isto, não me ocorre nada, para além de ter feito qualquer coisa que não me lembro e mesmo que a amiga neurologista, enquanto trabalhava na investigação relativa à memória e dizia que eu não dava como paciente, pois a minha memória é demasiado elevada, detalhada, minuciosa e os erros da memória, dão mais pistas a essa investigação e como explicar que não me lembro de nada do dia de hoje, agora 23:27h? Estou ausente, mas ciente, vi Greifswald em imagens, falei para a China e meus vizinhos vieram aqui ao meu escritório ver o que faço, sei que caminhei, que dormi 7 horas, mais uma e meia de tarde e não me lembro de mais nada, a não ser de fazer comida, fazer café, fumar e olhar pela janela e como dizia o escritor magiar Imre Kertész numa entrevista à revista Times, ‘se filmarem a vida de um escritor, tudo o que faz é beber café e olhar pela janela…’.

Justificação do estertor contemporâneo

Saturday, February 28th, 2009

Binte oito, no bingo e a pólvora dizia-se humilde, na fala de sua origem até ao estado ambulatório de prevaricar em voltas capilares que os ombros sacodem e hospedam reviravoltas hostis, mas o fogo poético de meu corpo, pede um eco de ilustre elixir e ao ritmo de uma alforreca em que no meu sonho de há um ano, se passeava nos céus do horizonte de uma praia, onde eu estava, para depois assistir à criação do Universo, sem estertores de tempo e acordei mais uma vez para ceder ao pente e as varinas portuguesas, empoleiradas na esquina da rua escura, onde há pobres com Mercedes-Benz, certamente deixados com cabras no porta-bagagens como fez Abílio de Baldos e as nádegas de mulher são o alvará do contra ponto de quem tem surdez mas não daltonismo, pois em cada nudez que sorri à vez, há muito anacronismo e catolicismo perverso como dizer um chaval daqui tão janado como os de outros bairros que a morte é um baterista e assim ganha a vida (certamente fan da banda de Ian Andersen que tinha um excelente executante com dois pedais de bombo) e a felicidade psicológica está nas mãos de quem corrompe a juventude por devoção à verdade e por isso a alegria, só está ao alcance de alguns, os que se cumprem em corpo e alma, na capacidade extraordinária da voz de Liz Fraser, acompanhando o amor livre em audácia que o meu triunfo era trunfo que se bastava e ele e eu, inimigos desta verdade, deduzíamos por ócio a ela…

Uma organização experiente que sorri livremente

Tuesday, February 24th, 2009

Devias saber que és bela e eu perdoo o acordar noutro tempo e tornamos as rotas dos medos em algo que se toma assim que a ascensão em cada fôlego, sabe sem entrar mais que outrora em laranja colorido e a tua saia, tão bela e tão ártica que eu tomo algo, em nome de pensamento do meu aurora que te ama aqui, onde ninguém sabe e se souberem que coloquem desodorizantes em pleno acto operativo a este reverberar sem tradução como a delicadeza de não se traduzir saudade e a estimativa ilimitada dos reflexos interiores e profundos em cada bión de atenção popularizada, conhecida como anarquismo, onde a sabedoria é um conceito prático e acto de coragem. É esta a minha orgânica, uma tipologia vasta e descentralizada enquanto significado colectivo e seguindo a rota do amor, os elementos históricos são conhecidos e inúmeros, uma escalada que pensa e não pergunta o que é elementar, Watson e descobre-se um amor livre em escalas interessantes de serem tocadas num modo funcional ao carácter do sorriso que é top model, porque os sentimentos vêm de dentro e tudo se entrelaça enquanto força de vida e tão estável como esta organização experiente que hasteia sua silhueta suspeita que sorri livremente…


A honestidade no adeus de estrada

Tuesday, February 24th, 2009

Ver doendo a verdura a leste de um drama tão explícito como a segurança de Michel Preud’Homme e sem resignação aparente se entreabrem as guelras que permitem a permanência do bloco nas mãos sem fissuras, diante do quebrar da palmatória e nesta tensão psíquica, vivo há 3 semanas e sem qualquer façanha que a que existe nos meus sonhos, povoados por deixas e ânsias a borbulharem como um vocabulário onde Laura, existiu diante de mim, sendo ela a minha bela flor azul e Susana Cunha, a namorada mais honesta, pois não me discriminou nunca, antes desculpava-se por não ter tempo para mim e curiosamente a única jovem com quem não tive relações sexuais e a que mais recordo e nos meus sonhos surge com uma paz que me deixa feliz e acordo neste oeste, onde não há mesmo nada de novo e vai valendo e como sempre o rock de combate e outras motricidades latentes no coração das trevas que é uma leitura de vigário, não fosse Ontário uma cidade e sua compra impossível como as minhas lutas de navalha com um titã igualmente inexistente, pois a vigília ao NPD é rigor a dar a dar e voltando a Portugal, menos bem obrigado, cara blindagem que não se usa a ousar um adeus de estrada em vantagem, como eu e os peixes de Matt Dillon.


Sê nu o que espelhas tu

Tuesday, February 24th, 2009

Deixar que me olhem e em lado alado a cada pedido hilariante quando a mão fica melada e deixo-me ir e ser visto como alarde de cardume retirado do seu habitat e ainda assim, conseguir enrolar um cigarro de Dálmata na mão e Raquel, de modos brandos, conseguiu isso e caminhar mais que o costume pelas ruas do nosso bairro, embora eu com tonturas e nervosismo, pois ela já se arrumou e não quis falar como ontem, no nosso conhecimento de 8 anos pela noite e ambos a caminho de uma despedida coerente, nós que nos correspondemos em tempo e por carta, como os carteiristas das bolsas das senhoras que lêem os pasquins portugueses e falam de coisas como cara e coroa, serem a medalha que não se encontra, pois o desafio, esse sim findou e a minha batida gospel de 1988 nas baterias da Senófila, também, agora sou empreendedor e estes 14 anos de solidão por escolha ou consequência da minha verdade, que se torna nula em qualquer humano, mais alto ou mais baixo, tendo em conta que o tempo esconde os heróis sem leilão visível ao arrematar do leme que anuncia agora olhos de águia, e voando a sós, como tantos e inúmeros os românticos e loucos sim, por folia sem drenagem que hoje vi a mulher que compra chocolates e que lhe elogiei os belos cabelos e a querida Anne Sophie, com quem me deleito a falar em francês e antes de fazer a barba para Raquel me seduzir o rosto, o diálogo com Zofia no meu estudo que ainda não chegou à análise, apenas humor negro com casacos verdes da Rua 8 em Campolide e madrilenos, na Calle Cervantes e vou começar a verificar os resíduos que se acossaram da minha sesta de corpo nu pela primeira vez este ano, i.e. estive bem e disponível para lançar carinho, como o que dei a Pam.

A face do ponto de rebuçado

Monday, February 23rd, 2009

Algo nela refuta o rebuçado ou a análise da ilusão que conta em histórias fúteis ouvidas aqui na rua e arremessa realidades aconselháveis a maiores que a peras rocha, pois quebrada a corrente, vem a descarga que se julga possível num país de recolhidos e sem humor livre que a vaga do ruído é ágil, mas não semeia um museu diante da tarde e a fábrica na sua rotina que costura remendos nos joelhos de capricornianos e rende a guarda que é feia e assassina, espelho trágico de Portugal que é a antítese de qualquer tratado resguardado pela palavra, pois a perca de cabelo e os dias de vinho no fígado, deixam um legado tão asqueroso como a corrupção e a ignorância cansada do ser português e ser feliz psicológicamente, nesta colagem de textos premiada com ataques físicos é pool position de um trabalho de rua, que se estende do dedo ao braço e desencarcera respostas por olhos que alimentam a dúvida e o berço que via com ela, é recordação da serenidade parqueada na minha ingenuidade como a do Senhor Rios de Riodades num dos verões, onde conheci amigas da família da cidade do Porto e fui bem tratado pelas raparigas o que me deixou satisfeito, embora tivesse ido na bicicleta delas explorar Riodades e guardar o carinho delas comigo, hoje que acabo de chegar dos Bernardos, onde havia entre outros, uma loura e no momento em que atava a mochila, pensei primeiro que tinha largado a presença de espírito e aqui em casa que faria chorar a arrogância de qualquer português, com a minha análise, que o diga Anne Kloztin que entrou em pranto quando a analisei, a amiga chorou e chamou um táxi e o rapaz pediu para eu parar (contra.o.ponto) – de rebuçado?

Avelã ou morango?

Saturday, February 21st, 2009

Ontem, diria a saudade e o espírito insinua como se reveste de um acervo que é acarinhado por uma busca de tempo e se me perguntarem que o meu trabalho, é pensar, não vos posso ajudar mais que a roupagem psicótica, tão anódina como a criação recente de um espaço fascista para os jovens que há 40 anos deram as suas vidas no que o SOS Racismo teme, Salazar e a estilista horrenda, se tivesse bom senso, retirava esse nome do seu pérfido actuar em terra onde nada se sente e deixe que me introduza em si, cara Ana e revolva seu boné com um calduço no pescoço, eu que no liceu em atitude, nunca o levei, mesmo no meio de filas de rapazes, pois sei introduzir-me como um penetra brasileiro, que pouco pensa senão em pouco e a mais temos o estar altos com a ajuda da libido que me dá que fazer e vou passear a falácia para os lados onde as raparigas de Lisboa que nunca fizeram bordas, e feias como os livros que lêem, como certa é a sua magreza de espírito, uma densidade rugosa que qualquer faccioso machista se enamora com pobreza e eu respiro sem licença, que não é comum para a noite densa, onde os portugueses nada procuram senão pouco a pouco a terra e os nomes que se esquecem na fonte dos amores, estado melífluo do atrito a salvo, como hastear um sorriso de cariz insonso e meu pé chega ao chão, e morde mamilos pelas manhãs, onde há passarinhos que são os meus melhores amigos, pois debicamos com agilidade de uma alegria juvenil e não se esquecem também quem debiquei e fui debicado, quem se segue, avelã ou morango?


Morte moral aos portugueses

Friday, February 20th, 2009

Patrulhei as mentes estagnadas dos portugueses e a minha amigável força interior, agradece seu nome em perfil camuflado aos fascistas lusos sem cessar de os renegar por honestidade e evocação do estado nada honoravel, caro patriota traidor, nada em ti, é ombro que carrega a verdade, mas sim uma cobardia e medo pela noite em que entrei numa mulher e a minha força expandiu-se orgásticamente para o Universo e o estranho caudal dos fluxos blindados de Portugal, são como Álvaro Cunhal, algo que cheira mal e se a caixa não evidencia a mortalidade que os pedagogos irascíveis e sem apelo de graça que pulula na cauda do desespero, sai-te desenho pictórico do receio de nadar na tarola em ritmo que saltita em pele capaz, enquanto tecido e seiva de uma emboscada tão real como este ódio, premido pelo mar e o sal. Morte moral aos portugueses.


Onde se declara o amor

Thursday, February 19th, 2009

Salva a salsaparrilha e os gnomos com frutos de quem os apanhar por alegria negada a uma criança que se assustou comigo, por má formação ou repressão paterna de quem lhes salvou de ficarem presos em casa e recorreram a mim, que moro em frente e chamei quem lhes abrisse a porta, nada pior que uma criança com medo, quando corre alegre e a consciência adulta que se adula por igual receio, se movimenta num estado ilógico, é como mandar sémen por e-mail e escrever não significa em mim ser escritor, foi um sonho que os adultos corroeram e eu na vantagem despedi-me deles e corro alegre pela noite sem que ninguém me veja, e volto para o meu lar e tenho as memórias e a necessidade de outro trabalho mais palpável no que este faz silenciar, pois dedilhar as farpas e os beijos sem açúcar, sonho um pouco mais e a pico e com pica (a barba pica), os cabelos brancos anunciam uma vida violenta e docemente me refino em algodão e piropos de quem nunca me viu a tocar baixo do 3º andar, pendurado à janela e como é tedioso este Portugal, sem rock de combate de classe subversiva e dando conta do recado, este moço que ao almoço se sentou no lugar onde há homens e mulheres que têm arrogância para vender, em cada poro bloqueado no egoísmo de carteira, eu poeta anarquista, que usufruo de um manto branco e de sono profundo ao hibernar no meu altar de mel e leite e iludo-me por ela, na minha flanela, só para me entreter, pois posso sentar a inteligência em corpos alheios, que é perigoso, preferível é mesmo partilhar o degelo a quem por discernimento souber escutar o canto do cuco e as paragens de autocarro, onde se declara o amor.

A listagem dos blues

Wednesday, February 18th, 2009

O canto afinado a dado passo, se encontra com a tranquilidade e um tudo mais acima do trinar aguçado por pipa e Cuprinol que o caruncho reside em cada esvoaçar íntimo e mesmo que a naftalina siga a traça, o fragmento da madeira no toque derradeiro canta com a Terra e acérrimo às hostilidades dos traumatizados da queda do regime, querem emitir gases que são o veículo mais impotente, enquanto segmento tão linear como ser e estar após este discernimento, que a harpa dos Clannad ergue a caminho de casa e falando de forma voltaica, temos o não e o senão de ter que te dizer que hoje já ouvi meu sonho e que ele me diz que devemos continuar neste mundo, já que o despejo, nos fez conhecer entre maçãs e vidros embaciados na noite de Lisboa, onde te esquartejas com a classe do esquadrão escaravelho, sim porque os Trojans até eles dependem do amor como o vicio saudável por ele conseguido e o sorriso sempre me chegou nestas paredes de consciência beijada e regularmente habitada por badaladas do badalo que se conheceu por emissão secreta, tal a mensurabilidade do mergulho na tua cicatriz que suavizei por minhas mãos mais suaves que sábias e mil anos não reduzem a mulher a um tear que teceu todo e qualquer corpo presente, que a condecoração deste índio contrário, olha-se com a rapariga que se mexe como BB (antes) e depois é só sentir.


Hilariedades mansas, lembras-te querida?

Thursday, February 19th, 2009

Terça sorte a terças que a o arrendamento rural, espera por minha aparição, já que o termómetro assinala otites precoces de uma forma geral, o ambiente local, nada tem a apresentar e esmoreço numa sonolência de mamífero de pança satisfeita e olhando em volta de uma consciência psíquica vazia, onde proliferam lançamentos de dados, já que os archeiros também esmoreceram e há em Campolide, muita população armada e eu ajudei um paquistanês no seu sonho de abrir uma loja, tendo em conta pessoal que os emigrantes são os meus melhores amigos (excepto os brasileiros, claro) e que a lusofonia é inimiga de estimação e trauma dos comunistas que roubaram muita gente em nome da liberdade vigiada, hoje de contas bancárias bem recheadas e caducos na sua correria burguesa a que se entregaram, porque Marx, também gostou de ser burguês e como posso te deixar ir hoje, para a Afrânio Peixoto, se não prenderes o cabelo e o soltares para o nosso jogo dos olhos, saudades desse tempo puro, Ana e dediquei-me a trabalhar, estudar, pensar numa devoção cem vezes pura, como que dura, é a colecção de cadáveres de pessoas que arqueiam o silêncio a quem lhes deu vida, condição apalavrada pelo aplauso íntimo ao meu corte de cabelo, no barbeiro Manuel Jorge que faleceu e que me dava uma moeda de 50 cêntimos e ajudou muita da população de Campolide marginalizada, passava lá uns momentos a ouvir as suas histórias, no pequeno salão, com fotografias suas do passado, dos antigos momentos de glória e a cadeira onde me sentava enquanto a meu lado, alguém ficava de cabelo salvo e eu lia o jornal e estava hoje com o corpo trocado em dores lombares e de forma racional, julguei que o sono da verdade tenha também um fim e acordemos com um grito primitivo, sem que seja sinal de má disposição.

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